a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

23/05/2020

Rentrée (acho que não dá para itálicos nos títulos)

A rapariga da caixa do supermercado perguntou-me se eu pretendia não sei quê que não percebi por causa da máscara dela para o banco alimentar. Numa fração de segundo passei do estado de pensar que não tinha trazido nada das prateleiras para alimentar o banco e portanto ia dizer que desta vez não, para logo perceber que me bastaria adquirir ali um cupão em papel que fazia as vezes do produto real, este representado em fotografia no seu rosto, seu, do cupão. A escrever é que isto demora mais. Perguntei quanto era o cupão e a que correspondia a oferta daquele exemplar específico que a empregada já tinha subtraído à pilha de cupões no gesto de me incentivar. Salsichas, diz. Mas saber quanto vale ela não sabe e nem virando o cupão de um lado e do outro repetidamente a resposta vem. Então eu lancei o olho para o segundo cupão da fila, que exibia um belíssimo pacote de arroz na fotografia. Prefiro o arroz, então, se faz favor, salsichas não. Só depois de passar o código de barras do cupão do arroz foi possível à rapariga da caixa ver o seu valor, seu, do cupão. Está a divertir-me escrever cupão. Passada uma boa meia hora, já eu estou devolvida à minha secretária de trabalho para pegar nele, ponho-me a pensar nas Salsichas, alguma vez eu ia oferecer salsichas! Se não prestam para mim!... A realidade nua e crua é que eu já comi salsichas no passado, pois, antes de saber do que são feitas as mesmas. Suponho que então acreditava ser fruto de misteriosa magia especial das fábricas a produção de tão fabuloso sabor num tom cor-de-rosinha perfeito e homogéneo. Mas isto, claro, foi há muito, muito tempo, tu e eu duas crianças.

18 comentários:

  1. Cupão, cupão, cupão, cupão.

    Tens razão, Susana. Tem um quê de viciante.

    Cupão. Cupão. Cupão. :)

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    1. Pois tem, é um a palavtra tão cheia e poderosa e eu - pelo menos - tão poucas vezes lhe dei atenção!
      Olá, NM :-)

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  2. Cupão,Cupão,Cupão,Salsichas grrrr NÂO!

    Está a senhora com as salsichas, como eu com as margarinas, nem lhe falo.

    Boa noite :-)

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    1. Aiii, as margarinas como... é melhor não saber, então.
      Boa noite, nn! :-)

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  3. Escolha lá o cupão
    De entre estas fichas
    Isso não quero não
    Não gosto de salsichas
    .
    Claro que tudo se compõs
    E o cupão foi escolhido
    Por acaso foi arroz
    Como massa podia ter sido

    .
    Um domingo feliz

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  4. Eu descobri há menos tempo, mas nunca mais comprei... e dava tanto jeito, e algumas eram bem saborosas.
    E o fiambre, Susana?
    E afinal o que vamos poder comer, se formos aprofundar a 'coisa'?
    Quase nada!

    🌻
    Maria

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    1. O fiambre era bom, pois era - mas também já não como há séculos.
      Só queijo, pronto.

      Olá Maria :-)

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  5. (Posso ensinar o truque do itálico, se quiseres)

    :)

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    1. Olá Diogo :-)
      Se ainda tiveres paciência, queres escerver aqui o truque?
      Obrigada e um beijinho.

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    2. Ora seja bem-aparecida, menina Susana. :)

      O truque é muito fácil. Basta colocares um código html simples. Fica um link elucidativo.

      https://www.htmlprogressivo.net/2013/08/I-b-u-Como-escrever-em-italico-negrito-e-sublinhado.html

      Sempre às ordens; beijinhos.

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  6. Estás cheia de razão, Susana, relativamente às salsichas (e, já agora, a Noname também com as margarinas). Também nunca contribuo com salsichas, mas, sabendo o que sei, escolho prevaricar, para aí uma vez por ano :-), para matar saudades de cachorro quente, mas, nessa altura, estou, conscientemente, a escolher "envenenar-me", naquela óptica de estar a perdoar o mal que faz com o bem que me sabe (já margarinas nunca as usei). Fizeste muito bem em trocar :-)

    E, também quero, cupão, cupão, cupão, cupão

    Tudo de bom :-)

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    1. É que o grande problema das salsichas é elas serem tão incrivelmente boas, não é? Parece impossível.

      Olá, Cláudia :-)

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  7. Pois, a alguns anos também descobri como se fazem as salsichas, acho que pela primeira vez preferia ter ficado na ignorância :( Não deixei de comer, mas reduzi MUITO o consumo.
    Gostei do divertido testemunho :)

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    1. Olá Patrícia, bem-vinda!
      Muito obrigada, eu também gostei da sua visita. :-)

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  8. Mas para onde foi desconfinar? Já na Holanda?
    (espero que esteja bem)
    ~CC~

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