a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

12/05/2020

Seis horas

Foi esquisito sair com o carro para fora do perímetro bairrista pela primeira vez em mais de dois meses. Como se estivesse a explorar novos horizontes, eu bem amarela para não dizer branquinha, como achou a vizinha do terceiro ao ver-me passar. Depois, da primeira vez que saí do automóvel, que branquinho não consegue estar devido a ser preto, contudo se pudesse era capaz disso, grande contradição, mas iamos a sair do automóvel já arrumado no estacionamento longínquo, não me esqueci de me mascarar. As minhas orelhas não se têm revelado suficientemente firmes no desempenho das novas funções, que eu já as topei: os elásticos de vez em quando querem sair dali à elástico, tóin, é preciso apanhá-los desprevenidos para os dissuadir de escapar. Porém não terá sido por este motivo que, das duas ou três e se calhar quatro vezes posteriores à primeira em que hoje saí do carro, sempre no mesmo estacionamento, deixei a querida máscara, querida por ela cheirar inesperadamente muito bem enquanto me protege dos males do corona, deixei-a, repito, dentro da viatura inadvertidamente. Foi preciso exclamar um ah! A máscara!, e dar meia volta para ir buscar a peça valiosa. Caso contrário, nem pensar em circular por ali como se em trajes menores eu andasse, isto é que vai uma crise, e este post está que parece sei lá o quê. E vão seis. Seis horas no mesmo estacionamento. Ou seja, é com certeza por isso.

8 comentários:

  1. Muito bem. Eu estou ainda meia condicionada, Espero, no fim de semana ir ver o mar...mesmo com máscara!
    -
    Sou como um rio, tão cheia de nada

    Beijo e um excelente dia...

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    1. O mar não a estranhará com a máscara, de certeza, oxalá o tempo deixe de andar agarrado ao inverno e vire bom!
      Um bom final de dia para si.

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  2. Bom dia
    A máscara já está no mesmo patamar do telemóvel e das chaves. Não se pode sair de casa sem ela.
    Podemos sair só para andar um pouco mas se de repente nos lembramos que temos de ir à farmácia, por ex.?
    Se não tivermos máscara não pode ser...
    Mas não gosto dela, não lhe chamo querida :)

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    1. Olá ana, a máscara vai passar a ser também uma das peças de roupa que mudamos diariamente e lavamos na máquina! Euy já tenho dois exemplares desses, não descartáveis.
      (eu também não gosto, mas nem sempre sou muito verdadeira nos meus posts...)
      Bom fim de tarde invernoso, ana :-)

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  3. Bom dia:- Cada vez mais a máscara é mais um acessório que nos tem que acompanhar. E, tarde será, se é que vai acontecer, assim deixará de ser.

    Confesso sinceramente que não me custa nem afeta nada andar de máscara, E não é por me considerar feio, loool
    .
    Uma terça-feira muito feliz
    Cuide-se

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    1. Mas lembra bem Ricardo, quem sabe a máscara será útil a quem se considerar feio...
      Uma sexta feira muito feliz, que a quinta já vai no fim.

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  4. Vinte horas e quatro minutos
    O que eu já estava a querer mesmo muito, era vir aqui dizer-te olá, olha! um olá, podemos dizer, é uma das máscaras de cumprimento, (póssere, não pode?) bem, o problema, já estás a ver, não estás? Pois, não és tu, sou eu, sou eu a não conseguir rechear o olá em condições e a não querer que apareça assim em modo simples, que isto é um olá para a Susana, não quero cá olás que possam parecer pouca coisa, ufa! E então, continuando, também me lembrei "...e este post está que parece sei lá o quê.", vê lá se, para além de outras coisas, também não tem o seu quê de "Espécie de Matemática", hum? Tem, não tem? (e aqui vai um olá também para a mana)
    Ai que este comentário está que parece sei lá o quê, mas é um olá, um olá de vontade de dizer olá, e, com o seu quê de complexidade ;-)

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    1. Cláudia, escreveste o comentário num minuto mais ou menos meio com noventa e cinco por cento de intervalo de confiança, isto, claro, para não sairmos do enquadramento matemático, evidentemente.
      Este comentário é um olá póssere complexo, pode, mas lindo. Adorei.

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