a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

21/05/2021

Quarentena, dia nove

A planta de flores vermelho-vivo que comprei no início de março ganhou pulgões que mais parecem pulguinhos. São muitos e são mínimos. Os pulgões que atacaram, numa outra primavera, a família de orquídeas é que sim senhor, deitavam corpo de pulgões (e exterminaram as vítimas na altura, nem é bom falar nisso). Estes são muito menos encorpados, como já disse, e portanto não se fizeram notar em tempo útil. As folhas da planta estão a ir do verde para o amarelo e as flores caem umas após outras, destroçadas. Perdido por cem perdido por mil, optei por tentar trazer a planta à vida, exterminando drasticamente os pulguinhos, para variar. Com este propósito em mente e à falta, um, de stock inseticida em casa, dois, de liberdade para eu ir à rua fazer compras e, três, de vontade da minha filha para ir ela comprar químicos de matar bichinhos, agarrei-me ao pulverizador com vinagre e citrinos. Este foi fruto de um deslize no ano passado e no sentido de formular produtos de limpeza biológicos caseiramente, essas coisas. O pote de vidro utilizado para o preparo era mesmo bonito para dar um impulso positivo. Vinagre e água vertidos para cima de um monte de restos de citrinos, em proporções iguais. Deixe a composição maturar durante duas luas ao sol e ao calor e no fim ganhe coragem para abrir o pote. Obedeceu-se e verteu-se o líquido alaranjado para o recipiente pulverizador novo, comprado para o efeito. Não sei se teria ajudado inserir um pauzinho de canela, uma colher de chá de chocolate em pó ou mesmo um cheirinho de vinho do porto, para ajudar na maturação (e no aroma). O certo é que o produto de limpeza biológico caseiro saiu a tresandar a vinagre e, portanto, se queremos limpar a casa com ele, temos de fugir a seguir. Volvido este ano louco, decidi recuperar a boa intenção do fundo do armário dos produtos químicos de limpeza com aromas tão lindos a limão, montanha e floral, e dar-lhe uma segunda oportunidade no combate aos pulguinhos. Pulverizei-os, pois pois, com o vinagre citrinoso abundantemente, ou seja, mesmo à grande. Muitos já foram perecendo, é certo, mas a planta sei não. Continua muito em baixo.

3 comentários:

  1. Há um tempo, trouxe uns vasos pequenos de hortelã, salsa e coentros e depois mudei-os para uma habitação maior, vaso grande, onde ficaram a partilhar casa e a desenvolver competências acrescentando-se (olha eu a tentar imitar-te, viste? ;-), bolas, mas é difícil :-)). Foi então que a mui cheirosa hortelã também começou a amarelar, e a destroçar, toda cheia de pulgões que, na verdade, são "inhos". Mas continua lançada em vontade de viver e contornar qualquer obstáculo, mesmo esses "inhos" destruidores, e lá vai deitando ao mundo novas de si (os bichinhos têm deixado a salsa e os coentros em paz).
    O vinagre é maravilhoso para limpar, especialmente vidros, põe tudo a brilhar e desinfeta, não fosse esse horrível cheiro que nos faz fugir, e que para mim não dá mesmo, detesto o cheiro, e seria das mais maravilhosas e ecológicas soluções de limpeza, de facto. Imagino que, tal como as pessoas, também afugente pulgões, ou "inhos", mesmo assim ao nível de fazê-los perecer, já as plantas, também sei não (depois, se apetecer-te, claro, conta se resultou).

    (Fiquei a conhecer uma palavra com o outro post: "escorvar", se já a tinha lido, não me lembro. Para além de uma possível leitura. Os últimos três livros que tive muita vontade de ler por referências aqui nos blogs, só me apeteceu agradecer por ter gostado tanto de cada um deles)

    Espero que tenhas um resto de domingo o mais luminoso possível e, já agora, uma semana também. (ah e, lamento esta tua obrigação de recolhimento, já esta situação de um post por dia, não lamento nadinha...)

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    1. Bem, os vasos não são de hortelã e assim, está claro, mas com...

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    2. É difícil conseguir manter vasos de ervas de cheiro, perdão COM ervas de cheiro:-) Uma vez pus coentros na terra, num vaso de cidade, e eles medraram um bocadito - ainda me temperaram um ou dois arrozes de tamboril! - mas depois também foram atacados por um bicho qualquer. Não tive jeito nenhum para eles.
      Na minha serra há áreas relativamete grandes com hortelã espontânea, por isso quando lá vou trago um punhado - aguenta-se depois uns tempos em água.
      Que a tua semana seja luminosa e feliz, querida Cláudia. E muito obrigada pela tua companhia. :-)

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