a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

04/08/2020

Uma espécie de não presente

Para a Flor:

"AVARANDADO

Quarta nota para
a manhã infinita:

Afinal o grande amor
Não garante nada mais
Do que as 12 graças
Desdobradas pelos
Corredores do mundo
Agora isso é mais
Do que suficiente
E apesar dos bofetões
Do tempo invertido
Apesar das visitas
Breves do pavor
A beleza é tudo
O que permanece"

Matilde Campilho in "Jóquei"

Vem-me uma esperança renovada na humanidade ao observar tanta beleza brotando em alguns blogues. E nem sequer são poucos.

4 comentários:

  1. Agradeço tanto este abraço virtual, Susana. Até te perdoo o exagero do elogio :b

    Para troca, um dos meus poetas_ternura: Manoel de Barros.

    "Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
    Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
    Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
    Fiquei emocionado.
    Sou fraco para elogios."

    Poderosa és tu, Susana.

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    1. Não há exagero em lado nenhum, minha querida flor.

      Faz-me bem testemunhar a tua ação aqui nos blogues. Vais disseminando muita beleza, por vezes em forma de fraterniadade, por vezes noutras formas mais subtis, sem - acredito - sequer te aperceberes.

      Muito obrigada por isso e também, agora, por este poema tão bonito. Os brasileiros trazem sempre uma melodia luminosa agarrada às palavras, não é? Ando mesmo a tentar fazer as pazes com a poesia, a ver se ela começa de uma vez por todas a gostar de mim, que já vai sendo tempo.
      :-)
      E vai outro abraço.

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