Já com a refeição quente, muito quente, como avisou o comissário
de bordo, em cima do meu tabuleiro, pergunta-me a sua colega que desejo eu
beber. Dei a resposta que sempre dou a esta altura e também altitude: sumo de tomate.
- É a primeira pessoa hoje a pedir
sumo de tomate! – informa, enquanto abre uma embalagem de litro ainda fechada.
- Ah sim? – promovo conversas com estranhos, aliás eu própria as enceto crendo que melhor irá o
mundo se o fizer. E já agora vou sentada na fila vinte e cinco, o avião acaba
para aí na trinta e um e esta hospedeira começou bem lá na frente a perguntar o
que desejam beber os passageiros. Fica a explicação, importantíssima para a
estatística.
- Ainda por cima é muito
saudável! – exclama enquanto serve o copo de plástico que fará meu.
Estou bastante interessada em ver
estes copos passarem a outros materiais em dois mil e vinte. Tipo vidro. Esta nota quis também ficar.
- Pois é saudável… – segue-se a
minha vez de falar conversa deitando-a fora, mas mantendo as ligações no ar (nesta altura e também altitude, conforme já disse) e boas de saúde, segundo eu, tal tal.
- Principalmente no avião! –
rematou ainda a toda bem-disposta hospedeira, até parece que sabe ela que eu
nunca bebo sumo de tomate no solo, mas sempre o bebo no avião.
Explicar isto é que já não é
possibilidade que me assista. Que é como quem diz não estou à altura. Qualquer
que seja a altitude.
(este post para além de fundamental, ainda ficou indentado, coitadinho)
(este post para além de fundamental, ainda ficou indentado, coitadinho)