a voz à solta
29/12/2019
Uma manhã de verão como está calor
16/12/2019
No terminal das carreiras
12/12/2019
Em oxigénio
04/12/2019
Especialidade almoço
Vá lá que com a conversa a fila parada lá se mexeu e cumpre-se a espera. Finalmente munida de tabuleiro nas mãos, uma salada de atum, sopa, uma maçã para mais tarde que cheira tão bem a maçã, vou e, muito mais contente, sento-me junto de algumas das pessoas para quem falei falei. Agora vamos saltar esta conversa que é confidencial e há aquilo dos dados para preservar. Mas comi tudo menos a maçã, de acordo com as previsões. Levantam-se as pessoas minhas anfitriãs, levanto-me eu embora ainda ficasse mais um pouco antes de me lançar na sessão da tarde toda ela também de pé, e eis que bato os olhos numa espécie de colega por um dia que tive recentemente e que apareceu em um post deste blogue. Está sentada, a comer, numa mesa aqui perto. Olá, como está, etc, eu de tabuleiro na mão, ela na sua refeição, não lhe disse grande coisa, não estava a dar jeito, ela tampouco a mim disse. Ficou, portanto, sem saber que pela segunda vez seria mencionada neste blogue. E de novo na especialidade almoço. Que giro.
30/11/2019
Margaret
29/11/2019
Dia da tampa laranja
25/11/2019
O silêncio da cor
23/11/2019
Não é que seja especialista em não cumprir promessas, mas é que me esqueci de mostrar a casa de banho!
Berlim-Lagos-Berlim
22/11/2019
Ia-me esquecendo de mostrar o chão tão lindo que ficou
Como não tinha nada em arquivo, pedi à minha filha Saminhas que tratasse do assunto com o seu telemóvel munido de câmara fotográfica bem boa e melhor que a do meu próprio telemóvel, dado que as câmaras fotográficas de que dispúnhamos em separado, tipo só mesmo a fazer de câmaras fotográficas sem quaisquer outras funcionalidades como aquecer a sopa, estender a roupa ou levar o carro à oficina, dado que essas, dizia, sumiram na última ronda de roubos.
E então? Ficou o chão lindo ou não?
(pronto, prometo que foi a última)
(por agora)
19/11/2019
é Huawei, é
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Adenda de embelezamento (ao contrário)
Segunda adenda (com rotação administrada pelas tecnologias vigentes)
07/11/2019
O dois-em-um
06/11/2019
Muito obrigada a todos
31/10/2019
Uberizei-me
29/10/2019
Um bom coração era para ser aqui
25/10/2019
Por obséquio
22/10/2019
Ata Luna. Spânia.
- Gosto muito de ouvir falar chinês.
Sem se impressionar com o que eu disse (afinal se calhar lembra-se de mim) ela esclareceu-me, então, sobre o teor da conversa, deduzindo, bem, que esse eu não tinha podido interpretar.
- É Ata Luna.
- Como?
- Ata Luna. Spânia.
- Como, desculpe?
- Ata Luna, Ata Luna. Spânia.
- Espanha? Tem familiares em Espanha? - experimentei.
- Si, Ata Luna.
E então mostra-me, no seu telemóvel, as imagens dos protestos que decorrem na Catalunha.
Quando dou formação sobre temas nada a ver, costumo ainda assim mencionar que a comunicação é fundamental. Continuo, porém, a sentir que não se lhe dá a devida importância. Continuo, também, a sentir que, se a comunicação tivesse palavras e tivesse ouvidos em proporção equilibrada, talvez muitos protestos, destes e doutros, pudessem ser evitados. E como fiquei dias a pensar neste episódio da loja dos chineses, tinha de vir aqui contá-lo ainda antes de pegar ao trabalho. Bom dia!
20/10/2019
Perdido por cem perdido por mil (contudo nem sempre)
E agora toma (vai buscar): não perdi o comboio por dez minutos, perdi-o por cinco. Um-zero para a nossa passageira, que ganhou à app!
14/10/2019
Trinta segundos em prancha na boa (ah pois é)
10/10/2019
A estatística fofinha
Eu gosto muito de estar nesta casa na serra em comunhão com a natureza, as estrelas e o som da coruja à noite, a receber os novos vizinhos que largam tudo e vêm à aventura. No entanto, nos dias de sol, vivo com medo que algum gafanhoto proveniente do lado sul descrito ali em cima venha desvairado por aí fora, falhe a pontaria no seu voo em salto picado sem destino certo e aterre em cima de mim em vez de no chão do terraço que é tão extenso e apropriado e já foi testado para o efeito por muitos gafanhotos de tantas gerações, lindamente. Mesmo estando eu a ocupar cada vez mais volume e consequentemente mais área, o chão bate-me largamente em metros quadrados disponíveis para o pouso dos referidos insetos apatetados. A estatística parece, portanto, estar a meu favor e daí a tranquilidade com que sigo conversando com estes vizinhos recém chegados a Portugal, enquanto esqueço os coisos.
Mas, está-se mesmo a ver que, tal como nos filmes, o óbvio vai acontecer. Ouço então, a páginas tantas, um tiquezinho à minha esquerda e sinto uma leve pressão na pele nua do meu antebraço. Posso imediatamente, neste picossegundo, constatar, horrorizada, que estão pousadas imensas patas verdes de um enorme gafanhoto bem na minha pele. Não tive tempo de as contar uma vez que me dediquei a saltar (agora eu) da cadeira à velocidade da luz ou perto dela e...
Não. Não vou dar mais detalhes, já basta ter divulgado que a minha área aumentou devido ao volume, etc. Vamos mas é ficar por aqui.
09/10/2019
Para quê pipocas quando se tem rainhas cláudias e um bolso para caroços?
08/10/2019
Tipo socorro
27/09/2019
Um pontinho
20/09/2019
Duas belezas
15/09/2019
An dervade?
11/09/2019
Vá lá que encastrável temos
Por que raio não inventamos uma palavra para software, hã? E hardware? Achamos que não é preciso? Tão sei lá manter o estrangeirismo! O mindset, o downsizing, que lindo. Os franceses criaram o logiciel, não criaram? E nós? Nós nada, software!
Smartphone, não temos. Tablet, não temos. E Website? Internet? (Internet ainda vá que se perdoa) Hob, não temos. Hob? Que é isso?, pergunta aí alguém. Não é hobina, hobura, hobezedura, não. É, por exemplo, placa de cozinha. Mas placa já havia e cozinha também, portanto não vale. Preguiçosos, pá.
(Sugestão: suaviçoso)
09/09/2019
Galáxias convencidas para comemorar
06/09/2019
Ou matar dois coelhos de uma cajadada só, se isto ainda se pode dizer facilmente
Quanto a mim faço por escrever este postezinho enquanto espero que a máquina trate do assunto com as suas metodologias de lavagem. São estas horas, 'tá certo, mas é capaz de ainda dar para aplicar a tal canção mesmo passados tantos anos (sim?).
04/09/2019
E de setembro, também gosto muito de setembro
02/09/2019
We'll always have Paris, right?
O homem encostado à porta, de repente, tirou o boné verde-bandeira da cabeça, dobrou-o e meteu-o na mala do tipo computador, de dentro da qual retirou outro boné de padrão camuflado, juntamente com uma revista com a palavra "Guerres" na capa e fotografias de guerra. Pôs o novo boné na cabeça, desencostou-se da porta, enfiou a revista debaixo do braço e, retomando a mirada em frente, fez da mão direita pistola. Apontou-a à porta que ora ia fechada ora abria, e começou a dar tiros imaginários aos cartazes que anunciavam as datas em que a linha quatro está em obras. A cada tiro emitia um "pou!" seco. Alguns passageiros que entraram em Étienne Marcel, levaram com uns tiros destes mas, à exceção de uma mulher mais atenta, não deram por isso. O parvinho do meu coração começou a bater como se eu estivesse em perigo ou não houvesse amanhã. O homem ao meu lado continuava a conversar com o telemóvel nas mãos. O cão também nada, seguia sendo fofinho no chão mais as suas sobrancelhas sem querer enquanto eu a cada tiro, "pou!", mais nervosa. Tirando uma senhora que mudou de lugar para talvez se afastar do homem dos tiros, estava tudo nem aí.
De repente, numa feliz estação seguinte (alguém se sentirá feliz no metro de Paris?), o homem deu um passo cambaleante, depois um ou dois para o lado e com uns ajustes na espécie de caminhar lá se conseguiu alinhar com a porta aberta e saiu.
(E nesse momento, confesso, sim, alguém se sentiu feliz no metro de Paris.)
15/08/2019
O tema despreferido das minhas irmãs
E não é que já vou no quarto livro seguido que me deita abaixo, ou me toma, me agarra?
Isto sim é felicidade.
A lista - para o caso de interessar:
O susto - Agustina Bessa-Luís (dispensamos comentários)
Os anagramas de Varsóvia - Richard Zimler (nada a combinar com Agustina, especialmente difícil logo a seguir a ela, mas não é que no final valeu demais?)
O vinho da solidão - Irène Némrovski (na senda dos russos, uma doçura triste, beleza tão grande, espécie de autobiografia, talvez eu ali também)
O centauro no jardim - Moacyr Scliar (vixe maria, que delicinha!)
(o título é impercetível, mesmo, favor desculpar)
07/08/2019
Carcaças feitas à mão (não mantêm a forma)
Na Holanda tudo se planeia. Se agenda, se regula. O nível de organização bate aos pontos aquele que se pode observar em Portugal, por exemplo (isto é uma constatação).
Tal é a amplitude do fenómeno da organização neste país, que inevitavelmente já se transformou em normalização em alguns aspetos. Ora bem, certas marcas de queijo quando vendido fatiado, embalado, apresentam as suas fatias com o tamanho e o formato da generalidade do pão que se come. É pão parecido com o que para nós seria "de forma", e também ele já vem fatiado. Pode até diferir na cor da farinha, mais clara, mais escura, e na quantidade de sementes que encerra, mas mantém a forma, o danado.
(Se pensarmos bem, sempre se poupa tempo de manhã, ao pequeno almoço, a preencher a fatia de pão com o queijo, não é?)
Há dias, Erik, cidadão deste país, segurava, em cada mão, uma carcaça de pão português, comprado na serra beirã a um padeiro dos antigos e, observando com atenção as carcaças, diz-me: estes pães são de tipos diferentes, olha.
- Não, são exatamente do mesmo tipo.
- Não são nada! - ele estava com certezas na sua conclusão - então não vês que um é mais gordinho e o outro assim mais estreito?!...
É isto que eu digo.
05/08/2019
Tesouros
Aqui, neste princípio de tarde de verão, húmido e quente, farto, pardais gordos debicando pelas mesas migalhas demais, aqui onde estacionam carros potentes e as crianças se vestem de igual, onde se afixam cartazes anunciando concertos de verão e os menus escritos a giz se impõem num estar pitoresco, aqui quatro cubos de açúcar são nada. Lá, num ido inverno polaco igual ao inferno, criogenado, o ódio por menu do dia, a morte por certa, há quase oitenta anos, lá, foram os cubos de açúcar tesouros.
03/08/2019
Robalo escalado
Estou a trabalhar dentro de casa, na serra (devido à minha mobilidade extrema, há que precisar o local da cena), a porta para o terraço estando aberta e deixando entrar o piar dos melros, o zangar dos gaios, os quais andam muito à bulha mas são lindos de não se aguentar e eu queria apanhar uma pena das azuis, riscadas, para enfeitar-me com ela, e um ou outro avião que lá vai. Dentro de casa voam, evidentemente, umas duas ou três moscas, também elas contribuindo (por enquanto sem número*).
De súbito, oiço uma cabra muito chateada, mas muito chateada. Continuo, pensando que o vizinho inglês está a tratar delas, das cabras, e pisou uma sem querer ou sei lá que coisa parecida. O meu trabalho versa sobre assuntos tão díspares de cabras, que dá graça o contraste.
Mas a cabra parece estar a aproximar-se num crescente de reclamação, bé que eu sei lá, bé bé bé, e a minha concentração perturba-se.
Levanto-me, então, para ir lá fora tentar ver o que se passa. Já vou de coração enfraquecido, que as cabras conquistam-me só por existirem e estas aqui do lado considero-as livres de perigos, tendo em conta que o vizinho afiançou servirem só para dar leite e não para comer.
A cena ao alcance da minha vista: a cabra está a ser convencida, à força, puxada por uma corda ao pescoço, pelo vizinho inglês e mais dois homens que chegaram num carro branco, a sair da área vedada que lhe tem servido de lar.
Volto a entrar em casa, tiro o robalo escalado do frigorífico e salgo-o para o almoço.
* uma piada.
02/08/2019
#SoFaltamDois
Interesso-me mais por assuntos mofentos ao olhar das pessoas modernas e tal e semelhante isso (para avisar). Mas vá lá que de vez em quando ainda encontro um pouco de eco no mundo de consumo superficial que é o nosso. Consumo superficial, julgamento fácil ou intolerância apressada relativa a nada, por exemplo. Imenso barulho. Lamento.
Foi no bar do comboio serviço Alfa Pendular destino Santa Apolónia proveniente de Porto Campanhã que não pude resistir.
- Este comboio é novo, não é? - eu perguntei ao empregado que me vendia o café sem número de contribuinte, numa de variar.
- Não.
- Não é?! - tipo eu insisto. (tipo vem das minhas filhas)
- Não. Tem vinte anos, o comboio é de 1999.
Redundante o numeral, que a conta é fácil de fazer, mas eu adoro exatidão, sou dessas.
E logo acrescentou.
- O comboio foi todo renovado. Tem cadeiras novas, por dentro é tudo novo, mas é o mesmo comboio.
Notei certo orgulho? Notei.
- Ficou muito bem, parece outro, novinho!
E, para meu deleite de pessoa de exatidão, ainda me deu de bandeja, juntamente com o café.
- Ao todo são dez comboios que fazem este serviço, sabe. Oito já foram renovados, só faltam dois.
Toma. (não sabia)
(e aposto que tu também não)
29/07/2019
Botox, que potencialidades futuras?
Então vou a descer a serra, contorno as curvas com muita cautela, pescoço esticado. Sei de conversas anteriores que esta condutora tem tido algumas batidas nestas curvas, sempre, segundo a própria, culpa desaforada de outros. Mas tive sorte, nada de vizinha inglesa serra abaixo (eu), serra acima (ela).
Fui apanhar nos serviços competentes o novo cartão de cidadão da minha filha Saminhas, logo depois de estacionar o carro mesmo em frente à porta e - já agora que estou a ser assim esquisitinha - de graça. Ao entrar na secção dos serviços, sou reconhecida e tenho direito a bons dias personalizados. Não deu para aquecer a cadeira em que me sentei, logo fui despachada com prontidão e simpatia. Assim, sem menos.
No regresso a casa faço a subida que há pouco desci ainda pensando na vizinha inglesa e no seu botox. Juntei ao pensamento a colherada de azedume que ela serviu há dias ao senhor Valério. Ele tinha vindo prestar-nos um serviço de jardinagem para o qual precisou de encostar a carrinha de caixa aberta à lateral da nossa cerca. Quando a vizinha inglesa chegou de qualquer outra situação lá dela, estacionou o seu carro que já sabemos ter o volante no lado errado de forma a tapar a passagem à carrinha do senhor Valério. Acrescentei ao meu pensamento (ainda não acabei de subir a serra, hã?) o pedido deste senhor à vizinha, que eu ouvi de dentro de casa como soando cortês, para ela por favor tirar o carro dali, era só um bocadinho, etc. Ela respondeu-lhe que isto é tudo dela e se ele quisesse que passasse por cima.
25/07/2019
Fatia de manhã
No regresso a casa fiz um desvio para comprar pão e venho com este a pensar no que vou dizer à polícia mais logo, acerca de um assunto de desaparecimentos misteriosos em minha casa. Quase esbarro com a querida vizinha do terceiro, personagem já habitual deste blogue, que está a conversar com outra, do mesmo nosso prédio. A primeira avisa-me que vou com uma cara tão fechada, mas o que vem a ser isto? A outra aproveitou para se despedir que ia com pressa e ficou a vizinha do terceiro a adivinhar o que eu levava dentro da cara, fechando-a assim. Dissertei poucochinho sobre o tema, que tem desdobramentos dolorosos que nunca mais acabam, e eis que aparece também o pai da família triste do prédio. Vinha sozinho e deu os bons dias a sorrir. A sorrir! Ele, que tem uma carga às costas incomparavelmente mais pesada que muitas, incluindo a minha. Continuou. Nós também, ali paradas, a manhã a desenvolver-se em redor, o verão, o chilrear dos melros e das rolas, ocupadas com o tema meu a ser o ponto central, que agora me pareceu de uma desimportância atroz perante o senhor da família que é tão triste, isto apesar de me fazer doer a todas as horas, há muitos meses.
22/07/2019
Isso e o politicamente correto
17/07/2019
A raposa, o cartão do cidadão e o espetro do fofinho (é escolher)
14/07/2019
Dia de folga
Duas horas depois, quando voltei a casa, já se notava o mundo mais agreste no pisar, mais acutilante, traduzindo-se, ao retirar as meias, em mais uma bolha ali, afinal. No outro pé! E portanto vamos lá, agulha, fósforo, chama, espetada, desinfeção, penso por cima. Mas não resultou. Horas de arrumação depois, gavetas, caixas, mais gavetas, capas dos sofás, aspirador, closet, idas ao lixo, à arrecadação, carro a arrumar na garagem (de caminho) para os vizinhos que têm três carros ou quatro poderem arrumar lá fora e eu que tenho só um carro ocupar um lugar fora deixando o meu lugar vazio na garagem não é fofinho da minha parte e ontem esqueci-me dele, a bolha, era aí que íamos chegar, a bolha está de volta!
13/07/2019
A sério
No final da festa, sobrou o chão do pátio polvilhado de papelinhos coloridos. Alguns, no canto, rodopiam num tufãozinho de vento que ali se deixou ficar a brincar.
A sério.
11/07/2019
Estupe, por favor
Houve uma hora em que pus a cabeça descansando nas mãos, os cotovelos apoiados na mesa nova, tão bonita, e senti que agora era estupe, quero estupe.
***
- Rodrigo, o que diz ali naquelas letras pretas?
- Diz... en...tra...da. Entrada!
O meu sobrinho mais novo passou para o segundo ano e já sabe ler muito bem, segundo o próprio, embora não tudo tudo. Há palavras difíceis, tia!
Fizemos o percurso de ida e volta na telecabine. Vimos uma alforreca deitada na água. Vimos cardumes de peixes. Pretos, disse a Maria. Uns grandes, outros pequenos. Cinzentos, corrigiu o Rodrigo. Os peixes são cinzentos! Vimos as árvores de cima e as casinhas dos gelados. Vimos um fumo a subir, ao fundo. Seria talvez fogo. Falámos sobre o nome deste rio, o Tejo, e de outros dois, o Douro e o Mondego.
No fim da volta, a telecabine devolvendo-nos a terra firme, tornei
- E ali naquelas letras o que diz?
- Saí...da. Primeiro era entrada e agora saída!
Ao subirmos no elevador do prédio, já recolhendo a casa, não precisei de lhe perguntar o que podia ler ali, o Rodrigo adiantou-se: estupe, leu, junto ao botão de stop do elevador.
***
Então, tirei a cabeça das mãos sacudindo a vergonha e fui abrir a porta ao pequeno novo probleminha.
Estupe, realmente, não existe. Não está nas minhas mãos.
10/07/2019
#azapes
Em segundo lugar estão as apps de dicionários, mais paradinhas e menos urgentes, é verdade, um pouco menos exatas, ok, mas também valeu. Alinham-se na segunda fila do ecrã principal à direita de quem vai, tipo.
Mas aquela que verdadeiramente me traz aqui hoje é a belezinha da última aquisição. Capaz, a danada, de me pôr feita num oito. É a app de 7 - sete! - minutos de exercício diário! Tipo como quem não quer a coisa. Eu vou e dou-lhe um toque, aciono a modalidade básica, na boa, e começo a obedecer aos comandos. Faça o exercício, no belo português do Brasil. Sete minutos de arraso, saio dali (da app que, no finzinho, me dá os parabéns, hã?) e vou direta para o chuveiro, posso dizer, bastante necessitada. Não parece, mas é. Ai esta appezinha!
Próxima app desejável (por favor): descarregável para as lentes de contacto que dê para ver bem tudo, focado, legível, tá?, a lente ajustada para a necessidade em tempo real, mudando à velocidade da luz o ajuste, chovesse ou fizesse sol, para visão ao perto, ao meio e ao longe.
E ainda esta outra, muito querida app (lembrei-me de tarde e já agora vai): descarregável para as rodas do carro diretamente, estacionando-o ela direitinho enquanto eu já me ocupava, na livraria, de pedir o livro de Stephen King que a minha sobrinha de doze anos agora ensaiou de ler e querer mais. Doze! (e não é a única, pois o referido livro já só havia em armazém todo ali a querer esgotar-se o maluco)
05/07/2019
Cinquenta e três (vírgula trinta e sete, precisamente)
- E parecem-se um pouco um com o outro - isto disse eu, que tenho uma impossibilidade de não procurar parecenças familiares, assinatura tão intrigante da mãe natureza.
Um pouco. O pai é mais alto, o filho mais gordinho.
Apertamos as mãos e eu, que nunca os tinha visto, digo o meu nome. Os deles não pude reter.
A colocação do vidro novo faz uma barulheira infernal que eu diria capaz de partir o material, mas claro que não e conclui-se em menos de meia hora.
O tempo é costume ser tema proliferante entre os holandeses e hoje não foi exceção.
Aproveitou então Erik para contar sobre o passeio de bicicleta que ontem fizemos, o tempo não podia estar mais de feição e nem sequer fomos atacados pelas lagartas dos carvalhos, cujos pelos já incomodaram muita gente e são capazes de matar um cão. Eles ficaram admirados e contaram de alguém seu conhecido que apanhou com os pelos das bichas e se viu aflito. Cinquenta e três quilómetros foi a contagem do aparelhinho montado na minha bicicleta. Mas eles não se mostraram impressionados. Os restantes doze quilómetros foi o comboio que fez connosco, o queridinho tem um espaço aberto especial para as biclas; eu para lá de agradecidissima. É que não aguentava mais, evidentemente.
- Em Portugal o terreno é acentuado, nem toda a gente se habitua a fazer muitos quilómetros de bicicleta - expliquei o que não era preciso explicar.
Mas o pai e o filho não puderam deixar de sorrir condescendentes, especialmente na parte do abençoado comboio como recurso para o regresso a casa.
Muito engraçado, sim senhor. Muito engraçado.
02/07/2019
Gatinho
28/06/2019
Sardinhas a mais
Perdi, então, o comboio seguinte, mas já estou a dar a volta. À Europa, parece.
27/06/2019
Catorze horas
Nota-se que muitas pessoas veem séries, tenho a impressão que cada vez mais pessoas veem séries.
As séries são diferentes das novelas na medida em que cada episódio tem, para além do fio condutor de base, um desarranjo que cresce e depois se extingue na própria resolução, devolvendo a paz ao ecrã mesmo antes de o episódio acabar e ser lançado o isco para o seguinte. Espertos são eles.
Também já vi algumas vezes uns episódios de séries. Por querer ou sem querer. Tentei o GoT por querer, mas tal como já esperava, odiei. Aliás tentei uma vez e meia, mas a outra meia já não consegui mesmo, fui ler um livro calminho.
Sem querer foi a Anatomia de Grey por causa das miúdas. Parece-me que ali as médicas principais fazem boquinhas a falar, de propósito, para se armarem em fofinhas irresistíveis. É artificial e chato. Mas vi alguns com as miúdas, elas adoravam e sabiam imenso das tramas.
Quando passaram a ver os cabeças mortas ou lá como se chamavam os meio-mortos-esverdeados, mudei de orientação posicional na sala, que eu tenho cá os meus limites, ou seja, como é que vocês gostam disso, meus amores? Ó mãe isto é para rir!
Bom, para rir eu tenho preferido outra coisa, nada a ver: episódios do Porta dos Fundos e sim! Gosto de aquilo quase tudo!
Entretanto estou a ficar enjoada de escrever este post comprido no teclado do telemóvel a chocalhar toda com o comboio. Está velho, este comboio, mas lá vai andado.
A minha companheira de compartimento entretanto interrompeu a série e está a escovar os dentes. Eu já tratei dos meus e estou aqui estou a ir dormir. Em princípio.
(Caso o leitor pretenda saber a duração da viagem, é consultar o título, por favor.)