a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

26/04/2019

Ainda a esperança na liberdade e a própria e as voltas que a vida dá (grande título)


Na primeira noite depois de ter saído de casa com as minhas filhas bem pequenas e ido viver com elas para um também pequeno apartamento no alto de um prédio, ouvi a maior discussão a que alguma vez assisti. Eu sentia-me extremamente feliz, é preciso notar. Do outro lado da parede onde estava a minha cama encostada, essa nova parede, alugada, eles discutiam com ameaças de morte, eu vou e mato-te, eu também, eu com uma faca, eu com duas. A minha felicidade egoísta, recém-conquistada, não estava sendo perturbada, mas fiquei alerta. Ouvia coisas a cair, os gritos de conteúdo já referido de ambas as partes, dela e dele. Era evidente que não havia um vítima e outro agressor, eram ambos vítimas. Quando o estrondo quase abanou a parede comum – uma cadeira talvez, atirada com força – eu preparei-me para chamar a polícia, fazer alguma coisa. Mas não fiz. O barulho cessou logo a seguir e eu depressa adormeci.
Hoje, passadas quase duas décadas, num prédio erguido alguns quilómetros mais a norte, ouvi a segunda maior discussão. Aliás, ainda estou a ouvir. Segunda porque ainda não voaram cadeiras, nem coisas caíram (para além de lágrimas, isso sim).

(é que lembrei-me, ver título - que vê-se bem)

Notícia de última hora: já se ouve rir e até cantar. O cão ladrar. Melhor, quer isto dizer.

25/04/2019

Esperança

Liberdade é escolher a hora do sol para tornar a sair e deixar o carro na garagem. Caminhar pouquíssimo até à loja do chinês e comprar um balde verde, um alvéolo furado em verde para encaixar no balde e uma esfregona de cabo também verde que será espremida no alvéolo furado encaixado no balde com clique. Liberdade é escrever isto e ainda que faltava o clique. É comprar um pequeno alguidar que o outro se estragou nas obras, também verde. O balde anterior igualmente se estragou, e a esfregona, o escadote. O meu escadote. Hoje escolho verde. É a cor que dizem da esperança e eu sou livre e supersticiosa se quiser. A esperança que pode ser prima da liberdade, tenho a certeza. Ainda na loja do chinês, tomei na mão livre um utensílio próprio para lavar janelas com borracha afiada em lâmina de um lado e esponja do outro. Bem pensado.
Caminhei de volta para casa ainda com sol. Sol e o arsenal descrito nas mãos. Ao chegar lavei o chão da cozinha, da entrada, do corredor, da varanda e de uma casa de banho. Lavei mais coisas na casa de banho. O chão da cozinha lavei duas vezes. A mesa e as cadeiras só uma, ficaram lindas. Continuo a sentir debaixo dos pés o pó finíssimo depositado pelas obras. Vive cá em casa há praticamente seis meses sem parar. Parou no chão, vamos. E dentro dos roupeiros. A entrada também lavei duas vezes. E a porta mais usada e os puxadores, com um pano. Uma vez. Liberdade pode ser não dizer a cor do pano. Ficou nojento. Os vidros não lavei nada, mas entreguei o trabalho que tinha data de amanhã e o outro para segunda feira levou um avanço. Liberdade é comer bacalhau cozido quando as miúdas não estão, o cheiro que fica, aquilo tudo e não as ouvir reclamar. Liberdade é o silêncio.

Não sei o que é o oposto de liberdade. Mas a esperança de nunca vir a saber, sei.

19/04/2019

As patas (presumo que duas)

Há quem diga que aquilo que desejamos se cumpre. Comigo tem esta crença tecido mais longe, basta dizê-lo sem propriamente o desejar: cumpre-se.

Desta vez quem bate à porta é o senhor Valério. Está hoje diferente, quase bonitinho. Penso que talvez se deva a ser a sexta feira santa (aqui devem faltar umas maiúsculas), ou seja, não tem o ar de ter acabado de pintar paredes e escavar na terra e correr a maratona tudo ao mesmo tempo. Tem o ar de quem acabou de tomar banho e pentear o cabelo. Então o senhor Valério dá-me os bons dias com o seu vozeirão, o Mercedes nem o desligou, ficou ali na estrada a ouvir a conversa. Pergunta como está a senhora (a senhora sou eu), digo que estou bem, e estou, e logo empunha ele ao alto um saco de plástico com o quê dentro? Ovos, pois claro!! Muitos! (devem ser uma duzinha, penso cá para mim, mas não pergunto). Observo a oferta, agradeço, agradeço, normalmente agradeço em duplicado, é mania minha, e vejo, de repente, através da transparência do plástico que há lá dois maiorzinhos e aí sim, aí pergunto.
- E estes dois maiores são... de quem?
- Esses são de pata! - ri-se muito o senhor Valério provavelmente da cara de espantada que fiz.
Confessei.
- Nunca comi ovos de pata (em princípio). Não sabia que também tinha patas, senhor Valério.
- Pois tenho! - continua a rir-se, está claramente divertido - Os ovos são iguais aos de galinha, só tem de fazer mais força para partir a casca.

Portanto estes ovos de galinha vão saber-me a pato e os de pata também. Referência seja feita a dois posts atrás, se não fosse pedir muito.

E para que não se duvide da premissa com que começa este, aqui fica a prova.


Desejo uma Páscoa Feliz a todos os meus queridos e pacientes leitores.

16/04/2019

Corvo*

Bem no centro de Miranda do Corvo, onde se pode observar quão magrinho corre o rio*, se pode sentar numa esplanada a tomar alguma coisa e ainda se pode lamentar os prédios abandonados ao destino cruel que a entropia das coisas lhes dá, estava, hoje mesmo, um homem agarrado a uma máquina de soprar folhas do chão. Ou-tra-vez (esta situação). Fiquei a olhar, com certeza de boca aberta. A tentar compreender. Não, ele não está a aspirar as folhas do chão – por um momento pensei, fui otimista, queiram desculpar – ele está a so-prá-las de uma posição para outra posição. Juro. E um barulhão. Ora estando a olhar o homem a fazer aquilo tentando entender a utilidade de tal isso, estou também a segurar no meu cabelo, sim, realmente está comprido, é verdade, mas estou a segurá-lo porquê, porque será?
Porque está uma ventania! Ou seja, as folhas não sossegam em lugar nenhum, sopra-as o homem e a máquina, sopra-as o vento. Qual deles ganha parece que ninguém sabe.
(se alguém me pudesse explicar)
Bom, adiante. Miranda do Corvo tem mais para a gente contar. Por exemplo, nas tabuletas da auto-estrada pode ler-se anunciada na variante “Miranda Cvo”, ao passo que nas tabuletas de não auto-estrada pode ler-se a versão “Mda. do Corvo”. Pode pode.


(Se eu não tenho mais que fazer? Tenho. Mas também tenho um blogue, não é?)

15/04/2019

Outro bode (qual não sei)

Estava em pulgas para entrar de férias e poder, finalmente, atirar-me para um lado qualquer, etc (nem sei que diga), como por exemplo, vir contar esta história ao blogue.

Eram umas cinco da tarde do domingo de ontem quando bateram à porta. Na aldeia onde está esta porta passa quase ninguém, carros contam-se pelos dedos de uma mão, porém lá de vez em quando alguém quer saber que casas estão à venda ou se eu sei onde tem casa a Eveline qualquer coisa. Por uma ironia do destino, o único nome português vivo na aldeia desconfio que é o meu. Mas ontem, lá desviei o trabalho, lá me endireitei, e lá fui abrir a porta perguntando aos meus botões que coisa seria agora. Era o vizinho inglês com cinco ovos na mão. Cumprimentei-o, adivinhando já que os ovinhos iriam saber-me a pato, embora fossem nitidamente de galinhas. Ele diz-me que por sermos mais ou menos bons vizinhos tinha cinco ovos para nos oferecer. E passa-me os ditos um a um. Precisei das duas mãos.
- Mais ou menos?! – claro que me admirei, tanto me admirei que achei certo o "mais ou menos" se dever ao português dele não ser tão bom como o meu.
- Sim, mais ou menos, mas mais mais do que menos. – e isto o vizinho inglês disse muito claramente.
- Ah... - continuo admirada.
- Desculpa, eles estão sujos… tirei-os agora das galinhas, temos muitos ovos e não comemos tudo.
Desculpa o quê, nada a ver, eu sou uma excelente vizinha e portanto agradeço com vigor os cinco ovos que me enchem as mãos.
- E as cabras, como vão? – simpatizo mais é com as cabras.
- Ah vão bem, mas nasceu um bode, não preciso dos dois. – ao dizer isto, ri-se e continua – Estive aprender no Youtube como cortar as unhas dos bodes.
- Cortar as unhas dos bodes?!
- Sim, eles precisam fazer assim assim – exemplifica um raspar com as mãos – em pedras e quando não andam em pedras, como aqui, as unhas crescem e… - ilustra agora um encaracolar das unhas das próprias mãos.
- Encaracolam – ajudei, mostrando de novo a ótima vizinha que sou.
- Isso. Então cortei as unhas do bode. Ele estava a mancar… diz mancar?
- Precisamente, mancar. – uma boa vizinha confirma a palavra sem problema nenhum.
- Pois, era das unhas grandes. No Youtube explica muito bem.

Só não perguntei a qual dos bodes ele cortou as unhas, se ao bode pai se ao bode filho. Esqueci-me. Mas de agradecer os ovos pela terceira vez não. Como fazem as boas vizinhas, evidentemente.

10/04/2019

O roubo

Inesperadamente, notei as bananas e simpatizei logo com elas. Todas. Na própria rua do hotel há-as por aquele subir, no meu caso ofegante, longo até ao fim. Dá uma tendência de esticar o braço e subtrair de lá uma, pelo menos a mim. Uma pessoa vem de Lisboa para isto: a lindeza de cachos à beira do alcatrão plantados e não só. As bananeiras cansam-se nitidamente de tanto peso carregar, que aquilo não deve ser pera doce, embora a parte do doce seja, a da pera é que não, uma coisa é uma pera outra coisa é uma banana, de modo que alguém lá havia ido acudi-las atando-as umas às outras pelo tronco com umas senhoras lonas para que se apoiem mutuamente no seu próprio existir, parece. Ficaram direitinhas. Eu acabei por não esticar braço nenhum, deu-me uma vergonha. E daí ter-me contentado com a ocorrência mental do roubo. Que não se faz.


08/04/2019

Na camanha (o sotaque adorável)

Na sala do pequeno almoço do hotel madeirense, sento-me a uma mesa que está de frente para a janela e toda esta aberta de par em par a dar para a piscina. Na piscina, a chuva faz círculos de água que não se atrapalham entre si na propagação circular. O chão de pedra onde se instalam mesas e cadeiras de plástico em torno do espaço está molhado a condizer. Na água, deixo pousar o meu olhar a perder-se numa espessura muito para além daquilo tudo. Agradeço esvair-me assim por um momento. Enquanto a azáfama de gente a servir-se do buffet anda aqui em redor. O empregado simpático que ontem me serviu o jantar vem dar-me os bons dias, arrancando-me a alma de dentro da água estendida à chuva e à beira da piscina. Então, está sozanha?! Já ontem ele achara estranho eu estar sozanha. Disse-me que podia levar uma sandezanha para comer más tarde, ou então uma banana. Sempre era uma companhia, pensei eu que pensou ele. Escolhi mentalmente a última, agradecendo. Quando ele se afastou e antes de ter tempo de regressar para a beira da piscina molhada aninhando lá a alma por mais um bocado, ouço uma sua colega dizer para os copos atrás do balcão, suspirando alto.
- Esta chuva agora! E eu tão bem na camanha!

07/04/2019

Wooden Island*

Afinal a ilha da Madeira é bem mais bonitinha do que eu tinha em memória. Na minha, que a do telefone esperto ainda não era nascida da última vez que a vi. Mas ainda bem, assim ficarei mais em consonância quando ouvir alguém dizer que a Madeira é muito bonita e escuso de vasculhar vasculhar a ver se me lembrava de qualquer coisinha tirando as flores, claro, hum. Mas agora estou pronta para mudar de ideias, por exemplo, entre hoje e amanhã, estou estou.
No átrio do hotel onde aguardo por um quarto pronto, está um grupo de senhoras velhotas (mas não muito velhotas) a conversar em francês todas animadas. Aposto que aguardam por quartos prontos também. Ao fundo da sala, que é grande (se calhar isto não é bem um átrio, mas sim uma sala ao lado de um átrio) está um grupo de crianças a jogar snooker (as saudades que eu já tenho) e a fazer barulho de crianças a jogar snooker, um barulho muito bem feitinho. Para mim. Mas está lá uma mãe de algumas delas a fazer um ssshhhhhhh para as crianças a cada minuto bem alto e isso não tem graça nenhuma. Mesmo assim, não está a dar para fazer a Madeira quase resvalar para não tão bonitinha outra vez.

Mas claro, quem sabe eu fazia um ssshhhhhhhh parecido quando as minhas próprias crianças estavam junto de mim, brincando e fazendo pois barulho de crianças brincando junto de mim (as saudades que eu tenho, estas bem mais e maiores, estas sim). É melhor ficar caladinha.

*a minha primeira experiência com um tradutor automático incluía esta bela expressão, não esquecerei não.

03/04/2019

Pescadinha de rabo na boca (se não é parece)

Faltava meia hora para fechar o supermercado que fecha em último lugar aqui nas redondezas e saímos de casa à pressa, a minha filha Saminhas e eu, para lá irmos abastecer-nos de produtos que aliviassem a má-disposição que nela se instalara sem se saber nem como nem porquê. Na garagem do prédio, encontramos a nossa vizinha do terceiro que vinha a chegar, e que é companhia deveras agradável tanto para mim como para as minhas filhas, ou seja, parámos a pressa. Ela trazia novidades, como já é de seu hábito e, entusiasmada e luminosa, fala-nos da sessão a que tinha acabado de assistir sobre a obra de Kafka chamada “Metamorfose”. A minha filha iluminou-se acima da má-disposição que levava num sorriso contente por poder dizer “ah, eu li esse livro!”. A nossa vizinha, não me recordo se já inventei um nome para ela aqui no blogue, só me lembro que já nela falei umas vezes, disse, entre outras coisas, uma que eu retive: o orador que discursava sobre a obra declarou-se não grande apreciador desta por ser uma pessoa solar e na obra haver muito pouco de sol, digamos. Não sei se foram estas as palavras da vizinha, mas “solar” sei que ela proferiu. Isto foi no domingo e como queríamos chegar ao supermercado ainda em estado de aberto, não explorei mais o assunto.
Hoje, três dias depois, saio à hora do almoço para a reunião no meu cliente Mais Novo e noto o sol na rua e em todo o lado (uma alegria). Pensei cá para dentro de mim que é tão boa a ideia de me poder também afirmar Solar, agora até vai com maiúscula, quando for de novo acusada de estar sempre bem-disposta e claro que sem razão, como já me aconteceu umas quinhentas mil oitocentas e trinta e nove vezes na vida. É irritante, quase isso me põe maldisposta, eu disse quase. Portanto a partir de agora, isto pensava eu no caminho até ao meu cliente Mais Novo, para não perdermos o norte, vou atirar a quem me acusar de alegria desmesurada e inoportuna, não é nada sexy ser-se alegre e isso, já percebi, mas vou atirar com esta noção de eu ser uma pessoa Solar! Tem muito mais nível, por um lado, e sempre foi definido por um orador de certeza respeitável, por outro. Mi aguardji.
Chegada a casa, e antes de me atirar ao trabalho do meu cliente Primeiro, vou ler um ou outro blogue para aquecer e deparo-me com isto. Que giro.

02/04/2019

Quem telefona tem prioridade sobre quem está*

Aproveitei a hora do almoço e entrei numa loja de plantas naturais e artificiais, cestos, bonecos fofinhos para decorar lugares vazios em cima dos móveis e, ainda, verdade, uma ou duas peças de mobiliário que se assemelham a mesas de cabeceira, mas são até bastante melhores que isso (porque são giras). Posso desde já acrescentar que certas peças de mobiliário não me agradam nada em termos conceptuais e as mesas de cabeceira do tipo caixote com três gavetas estão no primeiro lugar da lista. Super feias. Uma cadeira ou uma pilha de livros ganha, para mim, o estatuto de mesa de cabeceira mais facilmente, e ficamos por aqui para não cansar, uma vez que o problema é meu.
Ando à procura de umas flores muito bonitas em tecido e em branco, grandes, bem grandes, maiores do que as naturais podem ser nem que venham dos Açores. Mas vi outra coisa, uma dessas mesas de tipo cabeceira que me dava para outro fim, e me agradou logo à cabeça. No entanto, a lojista estava ocupada ao telefone a dizer, pois, pois, vê lá tu, intercalando com achegas que fazia lá para a fogueira que alguém do outro lado mantinha acesa de indignação. Cirandei um bocadito entre as flores a experimentar se me sentia uma para matar o tempo, não senti, crendo ainda que ela desligava e me dava atenção num instante seguinte. Passou um, passaram dois e depois três minutos, o pois, pois, vê lá tu ganhava-me aos pontos e eu não querendo incomodar mais a lojista com a minha presença indiscreta, é evidente que saí da loja sem saber o preço nem trazendo vontade de lá voltar. Ora vejamos: se nos podemos dar ao luxo de optar por manter uma conversa telefónica de chacha em vez de atender trabalho, e possivelmente fazer negócio, é porque vendemos com preços altos, demasiado altos, ou não será?

* há anos que noto isto

01/04/2019

Bege miragem

No final das obras, quando ele chegar, e completamente atrasado chegará, o difícil vai ser escolher o lugar de cada quadro a pendurar nas paredes. Continuam, quase todos, encostados uns aos outros, pousados no chão, por aí. Limpinhos de pó, é certo, cobertos com placas moles de esponja para não se magoarem nos encostanços mútuos. Nem nos encostanços mútuos nem fazerem a tinta nova da parede que tem nome e tudo de linda que é (ver título) onde eles se encostam há meses e meses lascar. Ou coisa terrível idêntica. Não sei se os ouço, aos quadros, suspirar de impaciência, se sou eu que estou aqui estou a explodir dela.
Mas, como em tanto na vida que nos calha, de repente, digerir, aguento-me. Luto, pois é evidente que luto. Faço telefonemas, escrevo na agenda, depois espero, a seguir risco da agenda, faço mais telefonemas. Mas a minha luta surte poucochinho. Surtiria, começo a crer, pusera-me eu aos gritos a lançar palavrões e a espumar da boca que nem uma louca. Com outros surtiu largo, que eu vi com estes olhos que não sei quê como diz o povo acompanhando de um gesto ilustrativo (o povo). Quanto a mim, um dia destes sou capaz de experimentar.