a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

07/12/2020

Uma miséria de passos: estava a chover

Tanta introspeção, tanta introspeção e - se não tropeçarmos nestes batimentos supracardíacos da pobre língua - corremos o risco de sucumbir. Tipo assim. Fui, agora apessoando a história, apanhada por duas coisas comuns das quais andava a fugir. A fugir em condições bastante sérias! Uma, Netflix. Agora sou pessoa (apessoando) de ver séries, séries! Tento as feias para não me agarrar mas não acerto. A minha autoestima cai na medida do autocontrolo. Nem pensar em me recomendar das boas! E eu que queria era escrever, escrever, isto faz impressão. Duas, um relógio esperto entrou a derrapar pela minha vida adentro e agora não me larga, já não bastava o querido telefone (outro esperto, mas menos, menos). Ou não o largo eu. É que agora sei tudo sobre mim. Por fora e por dentro. Batimentos cardíacos, tipos de sono interrompido, cochilos curtos em português do Brasil, já tínhamos referido esta nomenclatura, idade projetada, muito tempo sentada (my god), quantidade de passos [inserir título], incentivos em palavras lindas, alegres e saltitantes, as coisas que eu consigo, entre outros: um a-m-o-r mas ai, por favor, que venha a ansiada vacina.

(post escrito pelo robot que há em mim, apesar de tanto declarar o contrário) 

10 comentários:

  1. Olha que engraçado. Estive a escrever acerca dos meus passos e do meu telefone e chego aqui e vejo que estamos em sintonia. Só não sei se os robots 'cabem' nesta sintonia... Ou talvez seja um modo de a vida te dizer que não és um robot...?

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    1. Mas, Gina, 3 milhões de passos é muito passo! Isso dá uma média de 5400 por dia, nada mau.
      Mas eu agora que ando com este relógio maluco, ando muito mais: hoje já contabilizei 9780 passos, segundo aqui o inteligente relógio. Mas hoje é um dia bom, normalmente faço menos ou muito menos.
      E espero que para ti também seja um dia muito bom.
      :-)

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    2. Sim, é a minha média. E, sob esta perspectiva de passos, não digo que seja um dia mau, não está a ser, mas é seguramente um de menos passos - umas horas destas e ainda só vou nos mil trezentos e tal...

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    3. Eu hoje dei, deixa ver, 8582 passos.
      Somos umas passadas, nós.
      😊🚶‍♀️🚶‍♀️

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  2. A Netflix. Hum. Tu a chegares e eu a ponderar sair. Em meses de subscrição conto pelos dedos de uma mão as vezes que valeu a pena ter Netflix. Quanto a séries, ainda não vi nada que me agarrasse por mais de 3 eps. Muito mau.

    Respondendo, agora, ao teu comentário ali mais abaixo. Editar um livro. Está nos meus horizontes publicar poesia, mas não sei mesmo quando. Eu tenho o defeito enorme da falta de coerência. Ver/ler o que pinto/fotografo/escrevo é, para mim, uma experiência de «salto»; sempre irrequieto, e, isso, por vezes dá poucos resultados. Na poesia, essa qualidade de salto é muito prejudicial, uma vez que, hoje, tenho de trabalhar a linguagem ao extremo - nada cai da inspiração, como há anos acontecia com frequência: os versos caiam-me no colo.

    Beijinhos, Susana, e uma óptima semana.

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    1. Diogo, tu foge dessa tal de Netflix, que tu tens muito poema para escrever, desenhos e outros produtos artísticos com que embelezar o mundo!

      E ó Diogo, mas qual é o poeta que prima pela coerência?
      Tu deixa a coerência sossegada e faz a tua cena, como diz a Gina!
      E boa sorte! 😊

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  3. Ora muito bom!! Adorei
    **
    Estrada da vida
    -
    Beijo e uma excelente semana

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  4. Susana, não se deixe monitorizar...tem que continuar um bocadinho selvagem, se não perde a graça...nem domesticar por séries:)
    ~CC~

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    1. Um bocadinho selvagem! Eu queria era ser um bocadão!
      Será mesmo que estou a ficar muito domesticada? ... 😬

      (obrigada pelo divertido comentário, CC, adoro isto)

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