Às sete da manhã ainda se ouvia uma coruja ou uma ave do estilo coruja, das que só piam à noite. Para começar. Depois, quando finalmente larguei a leitura do meu novo jornal, achado por causa do banho de Clara Pinto Correia que estou deliberadamente a tomar, o Página Um, e me levantei para ir dizer bom dia à serra, vi que estávamos acima da nuvem encaixada no vale. É sempre tão lindo que quase me dói olhar. Fica praticamente difícil respirar normalmente. Mas talvez eu seja um bocado deslumbrada.
Fui
caminhar pela estrada de terra entre eucaliptos e alguma vegetação
autóctone sobrevivente das indústrias, quando a nuvem estava a levantar-se dali.
Subia depressinha e em minutos já me estava a envolver bastante. Tirei algumas
fotografias ao espaço em torno com a neblina e raios de sol a cortá-la, tendo
por companhia a berma silvestre com o solo revolvido às covas mal feitonas, género
às três pancadas, sabe-se lá por que bicho mas eu desconfio. Ronc.
Entre
isso e aquilo, ouvi a Inês Lourenço n’O poema ensina a cair dizer um poema da Sophia que
até nem achei aborrecido. Admito. A Inês Lourenço tem um adorável sotaque do
norte e talvez tenha sido daí. Deu-me até vontade de ir outra vez ao Porto inserir-me nas suas ruas e
descobrir se já está mais calminho, com algumas das obras prontas e tipo isso. Deu deu.
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