a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

12/08/2023

Estação de serviço

Era uma família de quatro: pai, mãe, e duas crianças. Comiam o seu almoço debaixo de um chapéu de sol cujo cabo atravessava o centro geométrico da mesa de plástico na zona exterior da estação de serviço. Não pude entender uma palavra do seu alemão, claro, mas que estavam alegres era evidente. A três metros de distância, o nosso carro carregava a bateria enquanto nós descansávamos da viagem. Tangente ao recinto passa a autoestrada onde as filas de automóveis escorriam vagarosamente, interrompidas por numerosos veículos pesados, estes quase todos de matrícula polaca, apesar de ser sábado. A chuva intensa havia finalmente cessado dando lugar a uma tarde quente e húmida. O almoço da família de quatro está servido em caixas de cartão impregnado de gordura. Salsichas de comprimento grandinho e diâmetro também, envoltas numa espessa camada de molho de tomate escorrendo por todos os lados e pelos dedos dos meninos, tudo muito acompanhado de animadas doses de batatas fritas também elas  relativamente gordinhas.

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