a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

11/11/2015

Não sonhei com Porsches de cor nenhuma (mas parece, por causa do outono)

Tornei a tirar as meias. E a gola alta. O cachecol. Aliás os cachecóis, um calorão. Acordo de noite a transpirar devido ao verão que não dorme nem aí. Daqui a pouco quero ir à praia, no verão-verão falhei todos os dias menos um (a praia) e isso pareceu-me impossível, mas não foi, foi só triste porque fiquei branca-amarelada. Não vejo golfinhos desde dois mil e sete, adorava ver golfinhos desde dois mil e sete. Vi pirilampos, imensos, pois vi, acho que posso dizer milhões ou milhares. De milhões. Vi três javalis bebés (adoro a palavra bebé e bebés adoro também) a atravessar a estrada sozinhos e os faróis do meu carro mostraram que bem penteados eles estavam, um pelo brilhante todos três (extremosa mãe). Apanhei amoras com sobrinhos pequenos e um deles queria apanhar a lua, já contei isto três vezes mas o miúdo é demais, encanta-me e encanta toda a gente aquele miúdo. Mostrei-lhe uma mosca no microscópio e ele adorou ver a mosca, mas da primeira vez deu um salto para trás e disse que gaandes!!! por causa dos olhos da mosca e por falar em olhos, eu cada vez gosto mais das cores, tem sido até que os olhos me doam, com certeza é da idade e dos óculos de ver ao perto que agora tem de ser e por acaso vou comprar mais e uma agenda para dois mil e dezasseis também. Engordei dois quilos e meio desde há um ano disse-me a médica e essa parte não me agrada nada, mas hoje havia molotof na cantina e eu vinguei-me e comi molotof na cantina, mas vinguei-me não sei de quê, e agora aproveito para dizer que a vingança é a coisa mais feia de todas e a inveja a segunda mais feia. Ontem fui almoçar com uma filha das duas que tenho tão lindas as minhas filhas, e fui para repor os níveis de alegria à hora do trabalho e repus os níveis de alegria, até os ultrapassei quando parámos ao lado da montra da Porsche e a minha filha me diz os nomes que deu aos quatro carros que estão lá dentro a brilhar há que tempos sem parar, mas estão parados, porque passa por eles todos os dias a caminho da escola e portanto vai de lhes dar nomes, eu não sabia que ela gostava tanto de Porsches, carros absolutamente inúteis de dentro dos quais normalmente saem homens feios, aliás o problema dos homens é acharem que o carro que guiam se for bonito estão safos, não estão, que quando saem de dentro dele o contraste até valha-me deus ai jesus, o melhor era voltar lá para dentro se faz favor num instante. Uma pena os homens pensarem que têm de ser bonitos, o melhor era pensarem noutra coisa mais útil como aspirar a casa ou ir às compras que ficam logo mais bonitos, imprescindível vibrarem com alguma coisa, isso é preciso ser dito, pelo menos uma, acreditarem no seu coração e rirem quando é para rir e ouvirem quando é para ouvir e não terem a mania que sabem tudo e não se porem com paternalismos que ninguém pediu e nunca dizerem as mulheres não sei quê como se nós fôssemos todas iguais, mas se no fim souberem que nas escadas vão eles à frente, tanto a subir como a descer, então está bem, ok, venha lá o Porsche então.

(é que o outono é a minha estação preferida e o verão está a irritar-me porque não sai de cima,  portanto o post deu nisto)

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