Saio do trabalho mais cedo e vou apanhar as miúdas em casa, combinámos um fim de tarde de compras numa das superfícies comerciais de Lisboa.
Elas sabem que se eu puder opto por lavar o carro à mangueirada, pôr-me a fotografar flores antes que murchem ou por meter conversa com uma velhinha parecida com a minha querida avó. Mas hoje combinei as compras.
As idades adolescentes das minhas filhas permitem-nos ir cada uma à sua loja para rentabilizar o tempo de estadia, não vá eu chegar mais cedo à fase do não-aguento-mais-quero-ir-para-casa-já e depois ficava o bilhete para o concerto do James Arthur por comprar e isso é que não.
Vários quilómetros percorridos e vieram encontrar-me sentada, quase derreada, num dos bancos de madeira que a gerência disponibiliza aos idosos e aos maridos em tempo de espera e que eu agradeço, só foi pena não ter trazido o livro.
Já em casa, a minha filha mais nova, a quem o James Arthur faz mesmo vibrar, anuncia que pagou o euro e meio a mais para o seguro de desistência que lhe propuseram na bilheteira da Fnac. Está bem, filha, fizeste bem.
- E mais, mãe, ouve: o seguro cobre participação de sinistros - lê em voz alta as condições gerais, não sem um certo orgulho - ou seja, ficamos mais protegidos.
E depois conclui, triunfante, enquanto dobra o papel:
- Se eu vir alguém no concerto com um ar sinistro, vou logo avisar!
Sem comentários:
Enviar um comentário