Hoje ao fim da tarde atravessei algumas ruas no centro de Lisboa com os devidos tempos de espera pelo sinal verde para os peões, e quase me esqueci que estamos praticamente todos de férias.
O vento que soprava pelos interstícios dos prédios ao Saldanha, veio despentear-me e ainda tentou arrancar-me os braços, um agarrei à mala o outro meti dentro do bolso, dão muito jeito os bolsos. Enquanto fui sacudida assim e aguardava permissão para atravessar ao lado de outras pessoas, poucas, talvez não de férias com eu também não, senti saudades de uma noite de verão e senti frio.
De uma noite de verão daquelas em que nunca mais se esquece a música que tocava, o aroma adocicado que pairava no ar, os grilos que compunham uma sinfonia diferente de outros estios, as estrelas que contavam histórias mágicas a cintilar lá em cima e talvez um arrepio na espinha. Que não de frio.
Depois lá caiu o verde e eu, a cortar o vento, entrei no edifício do Monumental e fui à Bertrand comprar dois livros para a minha sobrinha Marta.
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