Estou bastante
esperançada com o regresso das colisões entre protões europeus em cachos e à força toda, que é caso para dizer assim. Europeus, quer dizer, em
princípio são suíços e quando muito encontram-se vestígios de franceses.
De qualquer forma, já que fazemos parte da Europa, eu achava giro a gente
exportar comboios de protões portugueses para ajudar a compor os
teraelectrãovolt no CERN, naquelas trincheiras de ataque, ou melhor,
nanotrincheiras de ataque, ao mesmo tempo que se aumentavam as exportações e
consequentemente ganharia a economia nacional o músculo novo de que tanto
precisa.
Isto tudo por
causa da matéria escura, da anti-matéria e até mesmo para a gente saber as
tendências primavera verão do ano três mil milhões e meio, que é o mesmo que
perguntar ao universo
- Universo, para
onde te expandes tu com tanta pressa, querido? (“querido” é
fundamental)
E portanto pimba
com os protões.
Creio que teremos bom preço para exportar quantidades astronómicas de protões muito bons, cá da terra,
uma vez que não os gastamos a produzir energia nuclear, ou seja, temos imensos.
Mas porquê isto
agora, assim, numa sexta feira destas, com os jacarandás a arrasar lá fora, tanta poesia por fazer e a
feira do livro cheia de vontade que eu lá volte?
Porque apanhei
hoje de tarde a dona Esmeralda (eu sei que já ontem falei nela... enfim, mas é só mais
isto, que também há quem escreva todos os dias sobre um pássaro tenor ou lá o
que é o pássaro, sem sequer revelar a espécie, o que dificilmente se perdoa,
adiante), a dona Esmeralda, dizia eu, estava a conversar com o porteiro, que gosta
muito dela (pudera). Ora diz o porteiro de repente que a senhora (eu) é silenciosa
(não me ouviram aproximar porque falam os dois muito alto) e, para além de
silenciosa,
- Parece mesmo a
Nossa Senhora, é o rosto.
Estaquei com a
chávena na mão e senti cair-me um pedaço de céu em cima. Ou seja, fiquei p’rali
sem resposta sem nada.
(e depois, ao chegar a casa, quando deixei os sacos de compras do supermercado à porta do elevador enquanto fui arrumar o carro no meu lugar de estacionamento, não tive medo nenhum que me roubassem os robalos)
Olha que a Nossa Senhora é bem gira!
ResponderEliminarSerá? :-)
EliminarBom fim de semana, Timtim.
Era capaz de apostar que esses robalos devem ficar divinos, dado o contexto...
ResponderEliminar(E o pássaro tenor envia cumprimentos -- cantados, uma espécie daqueles postais que se abrem e de onde sai música em feixes acelerados, por assim dizer...)
Boa noite, cara Susana :)
Os robalos estão a habilitar-se a ficar divinos e nem precisam aqui do itálico, se não se importa.
EliminarQuanto ao pássaro, sempre é tenor, bem me parecia. Eu não sei distinguir isso do "baixo", "tenor", "soprano" e há mais (mas sei que soprano é mulher, nada mau). :-) Piu-pius de volta à avezinha se faz favor.
Boa noite, caro Xilre! :-) E bom fim de semana.
É bem verdade que soprano é mulher -- apenas de vez em quando surge assim uma excepçãozita, aqui como o amigo Robert Crowe, que se apresenta no seguimento, numa bela aria de Handel:
Eliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=oOHnJZHiM9s
Belíssima, muito obrigada! Mas melhor ainda se ouvir sem ver que é um homem. A voz é de mulher, de facto. :-)
EliminarBom sábado, querido Xilre!
Montei uma Nossa Senhora de protões
ResponderEliminarque fazia suaves aparições
e não tinha medo dos ladrões
e sob os jacarandás escrevia
textos que ela não sabia
mas tinham imensa poesia.
Sempre gostei mais de protões do que de neutrões; coisas...
Bom Sábado, Susana!
Teresa, mas o que é isto? Um poema assim, tão lindo, tão da família do meu pobre post? Impressionas-me! Uau... muito obrigada.
ResponderEliminarHoje na feira do livro lembrei me de ti quando passei perto dos gelados. :-)
Os neutrões são ligeiramente desenxabidos, concordo. :-)
Bom domingo, Teresa!
Então espero que tenhas comido um gelado de café, e , já agora, com poucos neutrões...
EliminarBom Domingo, Susana, e parabéns por teres uma Voz tão especial.
Muito obrigada, Teresa. :-)
EliminarE sim, comi um gelado de café!
(quem sabe podes ir sentar-te nos ramos de uma azinheira a descansar... :P)
ResponderEliminarO jacarandá florido
Brando cantar trazia
Branda a viola da noite
Branda a flauta do dia
O Jacarandá florido
Brando cantar trazia
O vinho doce da noite
A água clara do dia
Quem o olhava bebia
Quem o olhava escutava
O jacarandá florido
Que o silêncio cantava
Matilde Rosa Araújo
Beijos, Susaninha. :)
(essa dos ramos da azinheira, principalmente por ser SENTADA e não "à sombra da" é que levei tempo a entender :-)))
ResponderEliminarUm poema sobre o Jacarandá... Que lindo, Maria, obrigada! O Jacarandá florido é mesmo um tesouro de comer com os olhos.
Beijos e boa semana, Maria. :-)
Bem, como Nossa Senhora devias estar em pé na azinheira mas como és mais moderna podias sentar-te. Eheheh.
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