Como tenho trabalhado dia e noite noite e dia (a palavra noite
duas vezes seguidas nunca me tinha acontecido… uma vírgula ali?!... não, claro que não), como aliás já tive oportunidade de contar aqui no blogue, preciso de
incentivos para o meu cérebro cansado. De maneira que pus a tocar uma música
tililim tililim berlam berlam que é uma composição repetitiva com este padrão tililim
tililim berlam berlam classificada como zen, julgando que isto me traria bons resultados.
No entanto, meia hora depois evoluiu a música zen (ou seja, não é assim tãããão
repetitiva) para dzém dzém sem tililim, só dzém dzém, mas eu não gosto de sons
metálicos, e dzém dzém é metálico, portanto desliguei-a logo. Ficámos só eu,
esqueci-me de dizer que isto foi hoje de manhã, é do meu cérebro cansado que me
esqueço, ficámos só eu, repito para não nos perdermos, o sol a meter-se todo
dentro da cozinha e o papagaio do quiosque das flores caríssimas que não sei como
alguém ainda as compra de caríssimas que são. O papagaio do quiosque está a emitir
um som há imenso tempo que me entra pela janela e só agora sobressai depois de desligarmos a música zen, devido ao fenómeno natural dos decibéis em que uns
abafam os outros enquanto podem.
Tjalp-tjalp teren tjalp! Isto imagine-se muito alto, o
papagaio é sempre assim que emite, tjalp-tjalp teren tjalp!, umas vezes após as
outras, ele não faz outra coisa e em modo não zen (o bicho já é antigo e antigamente não se faziam coisinhas
zen).
Não o podendo desligar, ao papagaio, mudo-me para o outro
lado da casa que, a esta hora, ainda não tem sol. E opto por Chopin, que os noturnos
soam sempre bem e dão a resposta adequada - é agora que se percebe que isto anda tudo
ligado - àquilo da noite noite.
Isso do cérebro cansado parece ser sintoma generalizado, talvez exótica epidemia, pois que muitos, quase todos se queixam e o meu parece bater todos, em achaques de cansaço.
ResponderEliminarA música, que costuma relaxar-me, nestes últimos dias, não anda a surtir efeitos...
Isso de ter que virar costas ao sol por causa do papagaio a papagaiar (esta criei eu agora) é que não está com nada.
Em relação à vírgula, sem dúvida que ficava lá muito bem. Mas, se não a quer, o texto é seu e faz o que lhe der na real gana =)
bj amg
Se é uma epidemia exótica, então até fico toda satisfeita por fazer parte dela! :-) (é melhor do que ter só a cabeça a estoirar ou quase, parece-me)
EliminarA vírgula, não é?... Eu sei, Carmem, eu sei. Mas às vezes apetece-me tanto não as pôr lá nos sítios onde deviam estar... as vírgulas são tão feiosas...
Outro beijo e uma boa semana para si. :-)
Compreendo-te. Há qualquer coisa de pérfido em passar o dia da liberdade a trabalhar. No meu caso sem papagaio.
ResponderEliminarCuca, eu mandava-te este papagaio com uma mensagem na pata, se ele não estivesse preso a um poleirozinho... :-)
Eliminar(a Liberdade sinto-a na mesma, ou antes, sinto a que posso sentir; o que verdadeiramente me agrada é que a Revolução tenha acontecido e especialmente da maneira como foi, foi ou não foi inteligente?)
estou a conseguir ultrapassar os barulhos alheios com distinção... pelo sim pelo nã, fisgas, caçadeiras e bestas são mantidas fora do meu alcance...
ResponderEliminarPois eu ultrapasso cada vez menos os barulhos alheios, acho que idade não perdoa, mesmo... :-(
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