(Se alguém me pedisse para me definir numa frase, acho que
me iria sair do tipo "sou uma entidade aprendente”. Portanto mastigar palha dá-me muito
sono. Tenho precisado de ler uns manuais que têm uma grande quantidade de palha
e eu ainda há pouco adormeci a páginas tantas, embuchada, que foi na página
oito de um manual de cinquenta e uma, imensas. Acordei e entretanto já li até à
trinta, mas muitos bocejos depois solto-me para aqui neste blogue que me faz um
bem que deve ser mais do que eu penso e o postezinho que ficou esboçado
ontem vai sair. Isto anda cá uma produção que nem parece minha. Entretanto,
para quem ainda se aguentar, abaixo, onde se lê hoje deve ler-se ontem.)
Hoje o meu carro deu-me uma alegria. Conduzi-o até à oficina
para o deixar lá a lubrificar as pecinhas, trocar o óleo, limpar tubinhos,
afinar conjuntos, eliminar folgas, alinhar o rumo, dar um polimentozinho nos
riscos que pessoas fizeram na minha ausência e eu não sei que
pessoas são essas, só sei que foi com carros brancos que fizeram, agora há
muitos, parece que os carros brancos é que são giros, pelo menos lá riscos nos
outros carros fazem eles, e eu ia dizendo que o meu carro me deu a tal alegria
hoje. Porque ficando sem ele tomei o serviço de transporte cortês da oficina e
esse deixou-me à beira do rio, todo central, a uns passos de um pequeno almoço,
caramba, um pequeno almoço que foi grande (é a alegria). Ainda se sentiam no ar,
juro, as vibrações do crocante disruptivo (disruptivo agora usa-se muito, é tipo os carros brancos) psicadélico
e estonteante Lisbon Web Summit (‘tamos uns vaidosos!), ao
qual não tive o prazer de ir for reasons,
ora ali viam-se esta manhã, sentados pela fresca na espécie de deck, o meu pequeno
almoço e eu. E também as pombas, uma surpresa, mas de pé. Ou com os pés
pendurados se em modo de voo, aqueles dedinhos encarnados fechados em pinça (as
pombas não se sentam). Era eu em potencial produção de migalhas a estar ali um
alvo e foi preciso defender o meu pequeno almoço, caramba, grande, a alegria
que o carro me deu, foi por isso que cá viemos ao blogue, das pombas (defender
das pombas). Até tirei uma fotografia toda indignada, para fazer prova tipo onde é
que já se viu isto suas malucas, e naquele nano de segundo do disparo, houve
que lançar o braço num golpe de rins muito bom para segurar o alimento no prato,
que uma terceira pomba me atacava tipo pelo flanco direito e o resto da matilha captei, mal, mas captei. Ó.
(como
se chama então um conjunto de pombas que querem roubar o pequeno almoço a
pessoas num dia sem carro?)
se eu fosse boa a gramática e tivesse conhecimento, tipo bué mesmo, sobre nomes coletivos, arranjava-te uma cena para dar resposta ao solicitado, mas está visto que precisava de muita lubrificação mental para estar ao nível deste registo supremo e superlativo sobre um carro, pequeno almoço e vibrações tremeluzentes deixadas por nerds lá de fora, e acho que já me perdi no raciocínio. eu avisei. boa noite Susana.
ResponderEliminarbeijinho,
Mia
Tu perdeste-te no raciocínio e eu encontrei aqui uma gargalhada a sair-me de repente :-)
Eliminar(que comentário tão bom)
Beijinho de volta.
Piratas!
ResponderEliminarAh, bolas, como é que não percebi logo que elas vinham ali dos lados do Aleph?!...
EliminarAtrevidas...
ResponderEliminarEngraçadinhas...
Chico-espertinhas...
Esses, querida luísa, são os middle names.
Eliminar:-)
Filhas da puta, i say (já vi bandos atacarem mesas com refeições acabadas de servir). Não me perdoes o francês, tenta perdoá-lo a elas :)
ResponderEliminaralex, o teu francês não carece de perdão, se carecer, je serai lá. :-)
Eliminarelas estão perdoadas, está-lhe inscrito nos genes e contra isso nada.
Até as pombas se transformaram em aves de rapina. Está perdido este mundo, sem carros.
ResponderEliminarumas malucas e atrevidas. nunca pensei. (mas depois percebi por que razão as poucas pessoas ali estavam dentro e não fora :-))
Eliminaro mundo está perdido, é verdade, mas de vez em quando a gente encontra-o.
é por isso que só me dou com pardais...
ResponderEliminarmas ana, tu não sabes e eu vou contar-te, andavam lá uns pardalitos e a esses deixei as migalhas. um deles comeu-as que eu vi. (e agora lembro-me sempre de ti quando vejo pardais)
Eliminaré quando me passa uma brisa morna no rosto :)
EliminarChama-se "bando leiro"
ResponderEliminarAbraço, Susana
Minha querida mãe preocupada, o abraço tomo-lho e devolvo-o apertado de efusivo, que essa é uma belezura de ideia "bando leiro"!!! (estou pr'aqui a sorrir, a sorrir)
Eliminar(se a nossa Cuca vê é capaz de querer dar um apelido ao seu navio pirata... é é)
É um bando de rapinantes encartadas.
ResponderEliminarNo meu dia sem carro fiz quilómetros a pé por ter recusado a delicadeza da oficina:). Não me fez mal e até vi coisas que jamais o mesmo caminho me tinha mostrado.
Espero bem que o resto do seu dia tenha sido óptimo porque a dado momento constatamos que tudo que queremos fazer exige carro. Estamos atados às quatro rodas. Sem apelo.
Não sei como aguentou repartir um pequeno almoço com pombas abusivas:)). Admiro-lhe a paciência de fotografar essa malta que não me apraz nas redondezas de pequenalmoçar.
Ah, bea, é tão bom andar sem carro! E tão difícil de resistir quando se o tem ali à mão... o resto do meu dia foi muito bom, sim. esperei uns vinte minutos pelo autocarro para ir para casa, tempo que levei a ouvir as conversas dos velhotes que junto de mim esperavam. e eu destas coisas gosto muito (não estou a brincar).
EliminarMas eu não reparti nada com as pombas, defendi o meu pequeno almoço até ao fim! (e deixei as migalhas para um pardal, que as comeu todas) :-)
se calhar só queriam conversar :)
ResponderEliminarisso tentei eu, Laura...
Eliminar(ladronas)
:-)