No habitual bar da praia jantámos. A Teresa toda a gente
conhece, a mim ninguém.
Comi um hamburguer normal, não sei como se chamam hoje em
dia os hamburgueres fora da categoria gourmet ou não provenientes de cadeias
internacionais de franchising. Este era normal.
A Teresa bebeu um gin que foi servido num determinado copo e eu um mero e absolutamente também normal copo de vinho tinto, bem
servido que estava, isto porque na verdade cortava-nos um frio de março e cerveja
com frio nem que fosse de maio, não.
Tanto que desenrolei o meu lenço tipo écharpe de meia estação e abri-o
sobre os ombros deixando a Teresa descobrir que não só há torres eiffel em diferentes posições no lenço, como também arcos do triunfo e isso é que eu
não sabia dos arcos do triunfo. Avisei a Teresa que este lenço foi a minha mãe
que trouxe de souvenir de Paris e eu adoro-o assim piroso, gosto muito de
coisas fora de moda, aliás a moda não é mais que um assunto aborrecido, na medida em que tenho
dificuldade em comprar jeans sem manchas e que venham inteiros, normalmente já querem vir rotos e isto não passa de um exemplo. Voltemos ao gin.
O copo da Teresa é do tipo balão esférico e eu estava
habituada aos gins do bar do Peter onde os copos eram altos e esguios (não sei
se ainda são). Isto causou-me um certo espanto.
- Esse copo faz-me lembrar um aquário.
- Agora são assim – a Teresa sabe, no bar todos a conhecem –
e não só são assim como há todo um novo conceito em redor do gin, pode adicionar-se
uma flora considerável e colorida, agora bebo sempre gin.
Mas este só tem um batalhão de pedras de gelo, a
flora não está.
- Porque é que o Xilre fechou o blogue? – a Teresa lê blogues
muito bons.
- Não sei. Mas hoje quando dei com o nariz naquela porta,
fiquei triste. Espero que não passe de um bug nojento que se meteu ali. Ele não
fecharia o blogue assim de repente, impossível.
No caminho para casa, vinha a urdir um plano rocambolesco, a
escrever mentalmente um post de fazer chorar as pedras da calçada a ver se
trazia o Xilre de volta, mas o que é isto, olha olha, nem pensar, não podemos ficar sem a nossa
enciclopédia, sem o mural de arte e cultura, sem aquele deslizar de pena em
sintonia com os anjos, sem a literatura recortada dos melhores autores, sem a minha esperança de um dia aprender a ler poesia como gente grande, tudo isto
tirei da parte que ia fazer chorar as pedras da calçada e que afinal já não foi
preciso.
Quando cheguei a casa vi que o bug nojento tinha sido exterminado.
Obrigada, Xilre.
Que aflição que nos dá ficarmos sem o Xilre, verdade Susana, acho que o Xilre anda a fazer experimentalismos, acrobacias com o blogue iguais aquelas que faz com as palavras.
ResponderEliminarMas é que esta acrobacia foi sem rede de certeza. Caramba, acho que caímos todos! (graça nenhuma)
Eliminar:-)
Totalmente sem rede: o que vale é que a vizinhança estava cá em baixo com um cobertor esticado -- para evitar que eu desse cabo das flores do jardim, na queda, claro (não seria por mim, decerto) :)
EliminarBoa noite Cláudia e Susana :)
Grande vizinhança, então.
EliminarJá isso das flores do jardim... eu gosto muito de flores, mas neste caso... não puxe por mim, é melhor. Ainda estou no rescaldo do susto, está a ver.
Boa noite, caro Xilre! :-))
Xilre, a fazer bater os corações desde 1900 e troca o passo.
ResponderEliminarO meu também bateu.
Ora não.
Completamente, Uva, completamente. Foi geral.
EliminarEstou com a Cláudia, aquilo são experimentações!
ResponderEliminarBeijo, Susana. :)
É capaz, é, mas devia fazê-las enquanto todos dormimos, para ninguém se assustar. Um bocado safado, este nosso Xilre, hein?
EliminarBeijo, Maria :-)
já o encontrei sem bug.
ResponderEliminaras noites estão frescas, convidam a um copo de vinho
Olá Pó! Bem-vinda ao mundo dos blogues e a este em particular.
EliminarO Xilre é muito recomendável, espero que não apanhe mais bugs. :-)
Ah, estes bugs...
ResponderEliminar:)
Pois é, menina Tétisq, pois é... :(
EliminarSão bugs muitos feiosos, estes.